Demorou, mas enfim chegou a hora. Eu tentei evitar porque despedidas são doídas, são sofridas. Mas um dia chega a hora e a nossa chegou. É melhor eu não me alongar, o ônibus já está ali, quase partindo, e ficar aqui só vai nos machucar mais.
Eu tentei trocar a passagem várias vezes, trocar o horário, trocar o destino, te levar junto, mas não deu. Você tem suas coisas aqui, a casa precisa de um jeito, tem muita roupa pra lavar, muita coisa pra organizar. Tem que arrastar os móveis, viu, tem poeiras de tempos atrás que também precisam ser limpas. Perdão, você sabe o serviço a fazer.
Eu vou, vou chegar bem, e tenho um novo trabalho que vai exigir muito de mim. A memória foi feita pra lembrar, não pra esquecer. É um grande desafio, mas vou arregaçar as mangas e não vou fugir dele. Tenho também a minha casa pra montar, tu lembra que deixei as janelas abertas ao sair e a última ventania acabou bagunçando tudo por lá. Vou ter bastante serviço, mas tenho os braços fortes.
Então é isso, estou indo. Qualquer dia apareça por lá, tu sabe que pra mim é mais difícil vir para cá já que tu não gosta de receber visitas sem aviso. Aparece, vou estar de braços abertos te esperando, com um chimarrão quente e boas risadas pra lembrarmos do melhor tempo da minha vida.
Que lindo isso Du!
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