Cada vez que passo por prédios onde há aquelas placas de 'ALUGA-SE' em algum apartamento me corre um frio na espinha. Não que as placas sejam assustadoras, mas é que elas me lembram mudança. E mudança é. Tenho certeza que muita gente compartilha comigo esse pavor.
Remexer gavetas, empacotar coisas que acumulamos durante anos, que estão empoeiradas e não sabemos se ainda nos são úteis, selecionar de fato as que são importante e ter que se desfazer daquilo que de nada mais serve para nós, me apavora. Além de ter que carregar as pesadas caixas, umas ainda sem a ajuda de ninguém, por que guardam nossos mais preciosos cristais e só nós sabemos como carregá-las.
Nas mudanças sempre gastamos muito tempo, muita saúde emocional, mas mudar é preciso. Às vezes estamos sufocados naquele pequeno apartamento ou estamos sufocando quem o divide conosco. Estamos atrapalhando mesmo, nossas manias já não são mais toleradas, nossa presença está incomodando e a mudança se torna imprescindível, inevitável. Por mais que doa, por mais que canse, por mais que assuste.
Eu tô de mudança, contei pra vocês? No começo gelei só de pensar em todo o longo caminho que teria pela frente, mas hoje já estou bem avançado no processo, já chamei o caminhão e estou selecionando o que vai e o que fica, o que vai ser útil ou não no meu novo cantinho. Tem muita gente me ajudando, afinal seria orgulho besta não aceitar ajuda, e (surpresa!) está sendo incrível, uma experiência mais gratificante do que imaginei que seria. Não, não estou mudando de apartamento, estou mudando para um novo eu. Ele ainda não está pronto, tem umas caixas a serem abertas, várias coisas a serem organizadas, outras a serem jogadas fora, mas já dá pra receber os bons amigos pra uma visitinha.
Essa gente que me enche os bolsos de orgulho, viu...
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